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04/06/2019Undime

Mais de 9 milhões de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em extrema pobreza no Brasil, diz Abrinq

Número corresponde a 22,6% dos brasileiros dessa faixa de idade, segundo estudo

No Brasil, 22,6% das crianças e adolescentes com idade entre 0 e 14 anos vivem em situação de extrema pobreza. Isso corresponde a 9,4 milhões de menores com renda domiciliar per capita mensal inferior ou igual a um quarto de salário mínimo, ou R$ 234,25 em valores de 2017. Os dados fazem parte do Cenário da Criança e do Adolescente 2019, feito pela Fundação Abrinq com base nos dados mais recentes do IBGE.

O número representa um aumento das crianças e adolescentes nessa situação em relação a 2016, quando eram 8,8 milhões, ou 22,6% do total de brasileiros com idade entre 0 e 14 anos.

O estudo reúne 31 indicadores sociais relacionados a crianças e adolescentes, como mortalidade, gravidez na adolescência, cobertura de creche, trabalho infantil e violências. Esses indicadores estão relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global do qual o Brasil é signatário, e que prevê desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável até 2030.

Os piores indicadores sociais, segundo o estudo da Fundação Abrinq, estão nas regiões que mais concentram crianças e adolescentes no Brasil: Norte (41,6%), Nordeste (36,3%) e Sudeste (29,9%).

Entre os estados da federação, os maiores percentuais de crianças vivendo em situação de extrema pobreza são o Maranhão, Alagoas, Acre, Bahia e Amazonas. Em números absolutos, Bahia é o estado com os piores índices, com 1,3 milhão de crianças extremamente pobres.

Estados com maiores percentuais de crianças vivendo em situação de extrema pobreza:

  • Maranhão: 848,3 mil (46,2% do total)
  • Alagoas: 338,7 mil (44,2% do total)
  • Acre: 100,0 mil (43,8% do total)
  • Bahia: 1,3 milhões (39,7% do total)
  • Amazonas: 414,8 mil (38,8% do total)

A mortalidade infantil é apontada como o grande desafio a ser vencido no país e precisa ser reduzido pelo metade. Em 2017, eram 12,4 mortes por mil nascidos vivos. Para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), até 2030 esse número precisa ser reduzido para 5 mortes por mil nascidos vivos.

Segundo Heloísa Oliveira, administradora-executiva da Fundação Abrinq, chamam também a atenção os dados sobre gravidez precoce. Segundo o estudo,16,4% dos bebês nascidos no Brasil em 2017 foram de mães adolescentes. As regiões Nordeste e Sudeste lideram os índices de gravidez antes dos 19 anos de idade, com 163 mil e 153 mil partos, respectivamente.

Veja outros destaques da pesquisa:

  • 65% das escolas no Brasil não possuem quadras esportivas
  • 16,4% das adolescentes são mães antes dos 19 anos
  • 2,5 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos trabalham
  • 11,7 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídios em 2017
  • Mais de 3 milhões de domicílios estão em favelas

Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, informou que está acompanhando as ações desenvolvidas pelo Ministério da Cidadania que são voltadas para este público.

Disse que presta o apoio necessário por meio dos conselhos tutelares que lidam diretamente com crianças em situação de vulnerabilidade. A nota diz ainda que os conselhos têm sido capacitados para atuar em conjunto com os Cras e Creas, órgãos municipais e estaduais responsáveis pela execução da política de assistência social.

Fonte/Foto: G1

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